quinta-feira, 25 de abril de 2013
Audiência Pública debate impactos da mineração no Norte de Minas
(Por Ivo Júnior) - Diante dos riscos que estão sendo gerados pela implantação de uma barragem de contenção de rejeitos da mineradora canadense Carphatian Gold instalada em Riacho dos Machados e Rio Pardo de Minas, o Ministério Público e a sociedade organizada de Janaúba e Nova Porteirinha se mobilizaram para debater sobre o assunto. O Nome já diz tudo “barragem de contenção de rejeitos”, nada mais é que muita lama retirada da mineração misturada a grande quantidade de materiais tóxicos como Iodo e arsênico. Para Janaúba e Nova Porteirinha o rompimento dessa represa de contenção eliminaria o uso da água para da Barragem do Bico da Pedra para esta duas cidades afetando indiretamente outros municípios. Ao longo da história isso já aconteceu em outros municípios em Minas Gerais que vamos enumerar a partir de agora. Em 2001 o rompimento da barragem de rejeitos em Macacos (MG) atingiu cerca de 43 hectares e assoreou 6,4 quilômetros do leito do córrego Taquaras, A proporção do acontecido foi tão desastrosa que segundo o biólogo Cristiano Cristófano, do Ministério Público, estima-se que seriam necessários no mínimo 30 anos para recuperar a área. Em 2003 foi a vez de Rio Pomba sofrer as conseqüências do rompimento da barragem de rejeitos das empresas Cataguases de Papel e Cataguases Florestal, 1,2 bilhões de litros de resíduos tóxicos foram despejados nos rios Pomba e Paraíba do Sul, atingindo o norte e o noroeste fluminenses, afetando mais de 100 mil pessoas. Em 2006 na cidade de Mirai (MG) uma chuva com intensidade superior à prevista pelos cálculos hidrológicos do projeto, foi responsável pelo rompimento de uma barragem de rejeito pertencente à Rio Pomba Mineração. Os 400 milhões de litros de resíduos de tratamento de bauxita água e argila atingiram um córrego da região e chegaram ao Rio de Janeiro. Devido à inundação de áreas ribeirinhas agricultáveis, grande mortandade de peixes, turbidez das águas do córrego Fubá e Rio Muriaé e a possibilidade de contaminação dos corpos hídricos, os órgãos públicos determinaram a suspensão do abastecimento público de água no município de Laje de Muriaé. Em Janeiro de 2007 outro acidente com uma represa de contenção que represava 2 bilhões de litros de lama extraídos da lavagem de bauxita aconteceu na cidade de Mirai (MG) atingiu o Rio Fubá afluente do Rio Muriaé. A lama seguiu pelo rio atingindo mais duas cidades em Minas e quatro cidades do estado do Rio de Janeiro. Estes exemplos ilustram que os acidentes com barragens não são tão raros, e que o modo como os prefeitos municipais tratam o assunto é, no mínimo, criminoso. Por lei, ninguém pode obrigar cidadãos a conviver com riscos de qualquer caráter, nem com a possibilidade de risco, por menor que seja ela. Lideranças conscientes do seu dever demonstram competência em se dedicar ao bem estar e a maior segurança possível para os que depositam confiança neles. As barragens de rejeitos constituem um risco que município nenhum deveria assumir. É uma responsabilidade grande demais para um ocupante de o executivo municipal atestar como totalmente inofensiva. A audiência esta marcada para esta quinta feira 25 a partir da 13 horas no Centro Cultural Marly Sarney. É importante a participação da sociedade.
Postado por
Eduardo Miranda
às
13:27
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