Antigamente, em Brasília de Minas, não havia cinema. Por aqui passava esporadicamente algum proprietário de cinema ambulante e algumas vezes os filmes eram projetados na rua ou no prédio do mercado antigo.
Com a chegada do padre holandês Pedro Hendricks, em 1946, foi criado o cinema que funcionava no sobrado da Rua Coronel Sansão (tempos depois, este cinema foi propriedade de José Alves de Oliveira).
Não tinha cadeiras, mas o povo que frequentava assentava em alguns degraus de cimento que havia no salão ou, às vezes, levava cadeira de casa.
Em 1960, foi construído e inaugurado o prédio do cinema que recebeu o nome de "Cine Framar", uma junção dos nomes dos seus proprietário: Francisco Xavier Antunes e sua esposa, Maria Dulce Dias. Esse acontecimento marcante foi recebido pela população brasilminense com grande alegria.
Funcionou através de um conjunto Diesel, uma vez que a energia elétrica da cidade era insuficiente. Era muito bem equipado, com 400 cadeiras, e bem frequentado pelas famílias, funcionando muitos anos sob a direção dos proprietários.
Anos depois, decidiram vendê-lo e recebeu o nome de "Cine Bahia" (seu proprietário era baiano).
Depois de algum tempo, teve que ser fechado e até ameaçaram transformá-lo em armazém. Houve então a reação do povo, liderada por Dr. Antônio Geraldo de Souza Gomes e Dr. Clóvis Augusto de Freitas, que se reuniram com outros companheiros e fundaram a Sociedade "União e Progresso" (lema da bandeira de Brasília de Minas).
A Prefeitura Municipal, sob o comando do prefeito Dr. Antônio Gonçalves da Silva, colaborou, e o cinema foi adquirido, tendo também a participação do povo com compra de cotas, reabrindo as suas portas ao público.
Fonte: Livro Memorial de Brasília de Minas - documentário
Autora: Maria Inês de Matos Gonçalves
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