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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O descaso com o Grande Norte


O Triângulo da bandeira mineira simboliza a trindade e os ideais pregados pela revolução francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. A política econômica do Estado, por sua vez, tem o mesmo tripé. Ou seja, quase 70% do Produto Interno Bruto de Minas Gerais concentra nas três regiões do estado: Centro, Sul de Minas e Triângulo Mineiro, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP).

(Diário do Comércio) - O maior desafio de todas as esferas governamentais é levar desenvolvimento aos pequenos municípios. Sim, àqueles que não têm nem mesmo acesso por asfalto, que sobrevivem de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), àqueles cujas economias costumam ter maior injeção de dinheiro na semana em que os aposentados, pensionistas e os poucos funcionários públicos recebem os salários e as famílias de baixa renda pegam a ajuda do bolsa família. O grande desafio é: como tornar essas cidades competitivas?

Assim como mostra reportagem especial publicada na última semana pelo Diário do Comércio, essas cidades - apontadas como as menos competitivas por pesquisa realizada pelo Sebrae-MG - são condenadas a um ciclo vicioso. Isso mesmo. Elas não se desenvolvem porque não recebem investimentos públicos e privados. Mas como investir em um município onde não há mão de obra qualificada, não há saneamento e não há grandes potenciais de consumo?

Além do ciclo vicioso, há outro fator importante: seus moradores e "empreendedores" pagam praticamente a mesma carga tributária de quem vive em um grande centro urbano. Seus jovens costumam ir embora, em busca de melhores oportunidades.

Exatamente aí que entra a questão social, humanitária. Se o poder público não dotar esses municípios de condições, ao menos das mínimas condições, eles dificilmente sairão da posição onde se encontram e o ciclo vicioso dificilmente será quebrado.

Atrair empreendimentos para o Vetor Norte da Capital, Triângulo, Sul de Minas é relativamente fácil. Difícil é encontrar quem queira investir em Bonito de Minas e Santo Antônio do Retiro (Norte do Estado), Frei Lagonegro (Vale do Rio Doce) e Monte Formoso (Vale do Jequitinhonha), consideradas as quatro cidades com o menor índice de competitividade, segundo a pesquisa do Sebrae.

Algumas cidades precisam ser olhadas individualmente. Precisam ser estudadas em suas potencialidades, precisam ter seu próprio plano de desenvolvimento mesmo que a longo prazo, com investimentos extras. Só assim poderemos dizer que a riqueza do país está, de alguma forma, sendo dividida.

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