Assim como mostra reportagem especial publicada na última semana pelo Diário do Comércio, essas cidades - apontadas como as menos competitivas por pesquisa realizada pelo Sebrae-MG - são condenadas a um ciclo vicioso. Isso mesmo. Elas não se desenvolvem porque não recebem investimentos públicos e privados. Mas como investir em um município onde não há mão de obra qualificada, não há saneamento e não há grandes potenciais de consumo?
Além do ciclo vicioso, há outro fator importante: seus moradores e "empreendedores" pagam praticamente a mesma carga tributária de quem vive em um grande centro urbano. Seus jovens costumam ir embora, em busca de melhores oportunidades.
Exatamente aí que entra a questão social, humanitária. Se o poder público não dotar esses municípios de condições, ao menos das mínimas condições, eles dificilmente sairão da posição onde se encontram e o ciclo vicioso dificilmente será quebrado.
Atrair empreendimentos para o Vetor Norte da Capital, Triângulo, Sul de Minas é relativamente fácil. Difícil é encontrar quem queira investir em Bonito de Minas e Santo Antônio do Retiro (Norte do Estado), Frei Lagonegro (Vale do Rio Doce) e Monte Formoso (Vale do Jequitinhonha), consideradas as quatro cidades com o menor índice de competitividade, segundo a pesquisa do Sebrae.
Algumas cidades precisam ser olhadas individualmente. Precisam ser estudadas em suas potencialidades, precisam ter seu próprio plano de desenvolvimento mesmo que a longo prazo, com investimentos extras. Só assim poderemos dizer que a riqueza do país está, de alguma forma, sendo dividida.
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